ANTES
18/05/2021 - Notícias antes da mesa de abertura
Novos sistemas para o desenvolvimento integral e sustentável dos territórios
II Seminário Internacional e IV Jornada começa hoje
Pelas próximas quartas-feiras, até o dia 09 de junho, pesquisadores de Redes de Pesquisa na América Latina e Europa farão contribuições para o desenvolvimento dos territórios rurais e dos sistemas agroalimentares no II Seminário Internacional e IV Jornada da Agricultura Familiar.
As falas iniciais do evento acontecem às 17h desta quarta-feira (19) no Painel de Abertura, que terá as presenças dos pesquisadores e pesquisadoras María Adelaida Farah, da Pontifícia Universidade Javeriana (Colômbia), Arilson Favareto (UFABC), Rafael Echeverri (Universidade de Córdoba), Sergio Schneider (Universidade do Rio Grande do Sul) e Cidonea Deponti (Unisc).
Nestas edições, que pela primeira vez ocorrem em formato virtual e simultaneamente, os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) conduzirão os debates, ideias e proposições para uma nova geração de políticas para o desenvolvimento territorial.
Os 17 ODS da Agenda 2030 reúnem 169 metas propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento sustentável do planeta, entre elas a erradicação da fome e a produção de uma agricultura mais sustentável, que norteará o debate da Jornada Internacional sobre os sistemas alimentares.
Os Sistemas Alimentares e a segurança alimentar
De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Sistemas Alimentares envolvem todas as etapas de produção do alimento até que esteja pronto para o consumo humano.
O professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGS), Sergio Schneider, que também é vice-presidente da International Rural Sociology Association (IRSA) e integrante da iniciativa internacional BICAS (Brics Initiative for Critical Agrarian Studies) explica que as etapas do sistemas alimentares vão desde a aquisição das semestres para o plantio até o processamento e distribuição da comida.
Ainda segundo Schneider, esses sistemas têm se globalizado nos últimos anos, produzindo mercados do ramo alimentício mais concentrados, fenômeno que tem gerado consequências para o meio ambiente, para a distribuição de alimentos e para a segurança alimentar e nutricional.
“A insegurança não se dá mais apenas pela falta de alimentos, mas pela má qualidade deles”, analisa Schneider. Essa afirmação é corroborada pela pesquisa recentemente publicada pela REDE PENSSAN.
>> Clique aqui para ouvir o podcast com Sergio Schneider <<
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou em 2020 uma Análise da Segurança Alimentar no Brasil, que contabilizou 10,3 milhões de Brasileiros em insegurança alimentar grave entre os anos de 2017 e 2018, situação na qual a fome é experimentada por todas as pessoas de um mesmo domicílio.
O estudo “Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil”, coordenado por pesquisadores da Universidade Livre de Berlin (Alemanha), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de Brasília (UnB) também concluiu que a crise sanitária global de Covid-19 tem agravado a situação de insegurança alimentar nos lares brasileiros.
Em todo o planeta, a Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que 130 milhões de pessoas estariam em situação de insegurança alimentar até o final do ano passado. A preocupação dos líderes globais com os sistemas alimentares que produzem insegurança alimentar motivou a Cúpula dos Sistemas Alimentares da ONU, que ocorrerá neste ano de 2021 para propor sistemas alimentares mais saudáveis, sustentáveis e equitativos.
No II Seminário Internacional e IV Jornada, o assunto também será debatido na mesa “Agricultura Familiar, Sistemas Alimentares e ODS: Desafios das políticas locais e globais”, onde os professores, Potira Press, Ivan Tartaruga e Edir Sabourin e José Paulo Pietrafesa apresentarão suas contribuições.
Desenvolvimento integral e sustentável dos territórios
As discussões sobre novas políticas para os sistemas alimentares estão articuladas com o desenvolvimento integral dos territórios.
O professor e pesquisador Rafael Echeverri (Universidade de Córdoba, Espanha), explica que a partir da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente no ano de 1992, o tema do desenvolvimento sustentável do planeta ganhou maior visibilidade, e novas questões passaram a ser enfatizadas nas discussões sobre desenvolvimento.
Entre elas, a articulação entre campo e cidade, as questões sociais e identitárias dos territórios, construindo uma corrente de pensamento que vai além do desenvolvimento econômico. Segundo Echeverri, os conceitos de convenção territorial e desenvolvimento integral englobam as questões de pertencimento social aos territórios e a visão de campo e da cidade como espaços complementares.
Essa perspectiva tem contribuído, ainda segundo Echeverri, para articulações de políticas que valorizam as especificidades dos seus territórios para o seu desenvolvimento sustentável. O pesquisador cita os exemplos da União Europeia, e no Brasil, os Territórios da Cidadania.
>> Clique aqui e ouça o podcast com o professor Rafael Echeverri <<
A perspectiva do desenvolvimento integral é uma das que nortearão o debate da primeira mesa do evento “Nova geração de políticas públicas com enfoque territorial: quais os caminhos para seu desenho e implementação?”, que acontece às 17h do próximo dia 26 de maio.
O II Seminário Internacional e IV Jornada da Agricultura Familiar é uma realização conjunta das Rede Brasileira de Pesquisa e Gestão em Desenvolvimento Territorial (RETE), Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV-UnB), Núcleo de Agroecologia (NEA-UnB), Rede Gestão Territorial para o Desenvolvimento Paz Colômbia (GTD -Paz), Rede de Estudos Rurais, Rede Gestão Territorial para o Desenvolvimento Rural (Rede GTD do México), Rede de Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural em América Latina (PP- AL), Núcleo de Estudos Agrários (Neagri-CEAM).
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